08 novembro 2010
11 outubro 2010
Nova câmara
17 agosto 2010
15 agosto 2010
What about me?
Happy hands and your elbow in the appropriate place
And we ignored our others, happy plans
For that delicate look upon your face
Our bodies moved and hardened
Hurting parts of your garden
With no room for a pardon
In a place where no one knows what we have done
Do you come
Together ever with him?
And is he dark enough?
Enough to see your light?
And do you brush your teeth before you kiss?
Do you miss my smell?
And is he bold enough to take you on?
Do you feel like you belong?
And does he drive you wild?
Or just mildly free?
What about me?
Well you held me like a lover
Sweaty hands
And my foot in the appropriate place
And we use cushions to cover
Happy glands
In the mild issue of our disgrace
Our minds pressed and guarded
While our flesh disregarded
The lack of space for the light-hearted
In the boom that beats our drum
Well I know I make you cry
And I know sometimes you wanna die
But do you really feel alive without me?
If so, be free
If not, leave him for me
Before one of us has accidental babies
For we are in love
Do you come
Together ever with him?
Is he dark enough?
Enough to see your light?
Do you brush your teeth before you kiss?
Do you miss my smell?
And is he bold enough to take you on?
Do you feel like you belong?
And does he drive you wild?
Or just mildly free?
What about me?
What about me?
Damien Rice- Accidental Babies
13 agosto 2010
05 junho 2010
Our love is easy - Melody Gardot
06 maio 2010
I'm the captain
This is your Captain.
We are about to attempt a crash landing.
Please extinuish all cigarettes.
Place your tray tables in their upright, locked position.
Your Captain says: Put your head on your knees. Your Captain says: Put your head on your hands. Captain says: Put your hands on your head.
Put your hands on your hips.
Heh heh.
This is your Captain-and we are going down.
We are all going down, together.
And I said: Uh oh.
This is gonna be some day.
Standby.
This is the time.
And this is the record of the time.
This is the time.
And this is the record of the time.
Uh-this is your Captain again.
You know, I've got a funny feeling
I've seen this all before.
Why?
Cause I'm a caveman.
Why?
Cause I've got eyes in the back of my head.
Why?
It's the heat.
Standby.
This is the time.
And this is the record of the time.
This is the time.
And this is the record of the time.
Put your hands over your eyes.
Jump out of the plane.
There is no pilot.
You are not alone.
Standby.
This is the time.
And this is the
record of the time.
This is the time.
And this is the record of the time.
20 abril 2010
04 março 2010
Clandestino
negras sombras a rondavam...
Era meia-noite
e o meu amor tardava...
A nossa casa, a nossa vida,
foi de novo revirada:
À meia-noite
o meu amor não estava.
Ai, eu não sei onde ele está,
se à nossa casa voltará,
foi esse o nosso compromisso...
E, acaso nos tocar o azar,
o combinado é não esperar
que o nosso amor é clandestino.
Com o bebé, escondida,
quis lá eu saber, esperei.
Era meia-noite
e o meu amor tardava...
E, arranhada pelas silvas,
sei lá eu o que desejei...
Não voltar nunca,
amantes, outra casa.
E quando ele, por fim, chegou,
trazia as flores que apanhou
e um brinquedo pró menino.
E quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou,
que o nosso amor é clandestino.
Deolinda
26 fevereiro 2010
04 setembro 2009
Votos brancos e votos cegos
Portanto, concluindo a divagação nada científica, votem num partido qualquer, nem que seja nos verdes, coitados! Só querem o melhor para o mundo natural, não têm culpa de não perceberem de economia. Agora em branco quer dizer o quê? Que vão fundar o melhor partido de todos e realmente temos um bando de lorpas ao poder? São opiniões, todas legítimas, sem dúvida. Eu posso não compreender todas, mas respeito. Questiono-me, porém, com o porquê da revolta e como é que um jovem, virgem em votar, vai determinantemente votar em branco, porque sim! Acho isso apenas limitado. Expliquem-me os mais ligados à area. Agradeço.
p.s. Depois de escrever este artigo, li um artigo sobre o PR e os seus famosos vetos. Que quer isto dizer? Será que o PR não é PR e ainda é PSD? Será que está a tentar vetar todas as acções PSianas? Ou apenas acha baixar o nível falar em abortos, divórcios e outras coisas que tais? Será revolucionário ou apenas amuado? Será estratégia manhosa ou fuga à responsabilidade? Seja como for, Portugal parece apoiar as decisões do PR vetante, vetador, veta.
01 setembro 2009
Artigo do dia 1 de Setembro
Passeio pela biblioteca e olho para as revistas que definem o espaço das mulheres. É limitado: Vogue ou Máxima. Sinto-me obrigada a pegar numa qualquer. Dou uma vista de olhos. As folhas são suaves e cheiram a papel novo. Dá gosto folhear. Porém, só aparecem caras sexys de mulheres e publicidades a marcas caríssimas. Publicidade é mau, marcas caríssimas é frustante. Uma revista de mulher que me devia deixar bem, compreendida ou, pelo menos, falar de assuntos interessantes, fala de: a confusão dos tamanhos de roupa; no papel das divas (ex.: Ana Malhoa); o luxo mudou - os novos códigos dos ricos; e se ele a traísse com outro homem; tudo sobre os cabelos da nova estação, entre outros... Não esquecer o suplemento moda Outono/Inverno e os descontos em spas e clínicas de emagrecimento. Parece gozo, mas não é. Infelizmente somos catalogadas como fúteis e sempre na moda. Uma mulher que não pinta as unhas, não vai ao cabeleireiro todas as semanas, prefere ler artigos de psicologia familiar, curiosidades da natureza, livros a ler, conselhos práticos do quotidiano, decoração (barata), design, notícias, artigos de opinião com interesse, etc.. tem de ler 30 revistas diferentes para se satisfazer e nenhuma delas é uma denominada revista feminina. O que sou eu então? Qual é a diferença entre as capas masculinas e as femininas? Por que raio não aparecem homens nas revistas femininas? Seremos nós, mulheres, mais atraídas pelo nosso sexo? Mais egoístas? Terei eu de me sentir pressionada a emagrecer? Não posso ter celulite? Perca a celulite em apenas 48 horas! asterisco minúsculo: tratamento ronda os 5500 euros. Será isto tudo para os homens ou para nos sentirmos a mulher das mulheres? O que vai na cabeça desta gente? Serão estas as mulheres normais? E eu o que sou? Não respondam...Devem chover insultos..
Porém, sinto-me bem e nada envergonhada em não me interessar pela vida da Ana Malhoa ou Claudisabel ou Ruth Marlene. Sinto curiosidade em saber, todavia, o que lhes passou pela cabeça para meterem nomes estranhos com "th" ou juntar dois nomes. Terá sido num momento de café ou terão levado dias a pensar no seu nome artístico? Foi com risota pelo meio ou consideraram o assunto sério e que determinasse o futuro delas?
Também sinto que não estou minimamente interessada se a minha cara metade me traísse, com homens ou mulheres. A pergunta "e se ele a traísse com outro homem?" mostra um dramatismo que supostamente as mulheres deveriam gostar. Como é conhecido de todos as mulheres são complicadas e então gostam de inventar histórias cada vez mais trágicas e dramáticas para saberem que a vida é dura e elas são corajosas. Não basta trair, não! Isso já é banal e o pão do dia a dia. Agora é trair com homens. Daqui a uns meses ou semanas (sei lá quando a moda muda) será: e se ele a traísse com um animal? É sempre ele que trai, não é? Nunca seria: e se você o traísse? Se fosse era a vangloriar a modernidade das mulheres, a feminilidade, a sensualidade, nunca a falta de ética.
Também me questiono qual será a mulher que se sente confusa com os tamanhos de roupa. Chego a uma loja e experimento, se estiver apertado peço o número acima e problema resolvido. Não preciso de ler um artigo de 4 páginas a explicar-me os números que aparecem nas etiquetas de roupa.
Saber os novos códigos dos ricos ou sobre os cabelos da nova estação são duas coisas que me despertam asco. Serão aqui os ricos o exemplo a seguir? O meu ideal de vida? Terei eu de ter o cabelo na moda de trimestre a trimestre para me sentir realizada?
Sonhos da mulher da revista: ser rica, ser traída, jóias caras e roupas novas a cada estação, seguir o exemplo de Ana Malhoa, Romana e Mónica Sintra (todas ricas e traídas- conheça-se minimamente as letras musicais). A literatura a seguir só mesmo a que está nas etiquetas das roupas.
03 junho 2009
Trolhices
Vou fazendo um levantamento de bocas, esperando que contribuam para o meu espólio. Faço isto com o objectivo de prever uma futura extinção desta espécie e para mais tarde recordar. Não se esqueçam da entoação que aqui não pode ser descrita.
Bocas
1º Olha uma salsicha grande! ( para um basset hound que passeava com a dona)
15 maio 2009
Pearl S. Buck
15 abril 2009
Ideias coloridas de cidades sem cores
Vivo na cidade Tinta da China, o meu mundo é todo cinzento. Os prédios são feitos de cimento, os carros correm e deixam um rasto de fumo. Penso que os carros foram feitos de acordo com os nossos dias. Também eles passam a correr e viram fumo. Brinco com objectos de prata, bonecas de ferro, escorregões de alumínio, jornais. O céu está sempre cinzento e eu adoro olhar para as nuvens e imaginar histórias enquanto as nuvens correm e mudam de forma. Adormecíamos encavalitados de trabalho. Nem mesmo a dormir parávamos. No mundo dos sonhos brincávamos com brinquedos coloridos. Sonhávamos com cores. Decidi um dia prolongar o meu sonho e voar pela imaginação.
Voei numa folha de jornal para além das nuvens cinzentas que rodeavam a minha cidade. Pousei numa flor violeta. E reparei numa cidade toda Violeta. Tinha casas feitas de ametistas e todas elas estavam rodeadas de flores. As flores estavam sempre alegres e conversavam muito. Cada uma delas esforçava-se por fazer crer que era mais especial. Tanto que parecia que cada flor estava roxa de inveja das que a rodeavam. Senti que só eram bonitas e grandes para serem melhor que as do lado. Percebi que não queriam saber de si, mas preferiam olhar para as outras e confirmarem a sua beleza transcendental. Tentei fazer com a folha do jornal uma flor mais bonita que todas!! Mas o papel era frágil e eu comecei a rodopiar em cima da minha flor para bem longe dali.
A minha flor pousou com suavidade por cima de um monte de almofadas. Vi uma cidade feita de uma cor escura e profunda. Não se via nada mais do que essa cor. Chamavam-lhe cidade Índigo. Tudo lá era fofo, feito de almofadas e penas. Vivia-se num mundo de sonhos. Podia-se imaginar tudo o que se quisesse! Era uma cidade calma e sonhadora. Aproveitei para sonhar aquilo que nunca pensei sonhar. Depois, vi que o mundo não é feito só de sonhos e que devíamos um dia poder acordar e viver. Ver o dia, não só a noite. Realizar, não só sonhar. Sonhei que queria sair dali e realmente vi outra cidade.
Depois do mais profundo mar, fiquei a pairar num céu azul e limpo. Vi meninas a dançar, sempre sem parar. Eram felizes e cheias de energia. Viviam na cidade Azul. O ar era puro e fresco, como se fosse sempre manhã. Tinha de me desviar para não ser atingida por braços voadores. Não descansavam. Tinha de fechar os olhos para imaginar “não movimentos”, mas mesmo assim passavam por mim ventos azuis que me davam a sensação de movimento constante. Não sabiam descansar porque tinham medo de cair. Não sabiam o que era pisar os pés na terra. Viviam a pairar sem nada onde agarrar. Senti-me desequilibrada e perdi-me numa queda que nunca mais acabava.
Caí com toda a força no meio de um relvado fresco. Cheirava a natureza fresca. Sentia esperança dentro de mim e vi que tudo estava pintado com esperança. Verdes eram as casas, verde era a relva, verdes eram os olhos que me fitavam. Vinham ter comigo e faziam brincadeiras de pessoas verdes. Brincavam até que cresciam e se tornavam grandes, mas estavam sempre na infância. Tudo era pequenino. Até os frutos viviam na esperança de amadurecer, mas ficavam sempre verdes de esperança. Era o mundo da brincadeira, da primavera, da natureza a nascer. Mas nada desenvolvia e antes que a minha folha de jornal se tornasse numa folha de árvore, pus me em cima dela, como se fosse um tapete voador e rumei até ao céu.
Só quando me cansei de tanto correr e só conseguia andar é que tirei o chapéu e vi o melhor dos cenários. Era um pôr do sol gigante. Quase a adormecer, o sol estava tão grande que cobria a cidade toda de um laranja fenomenal. Todos adoravam o sol, e olhavam para ele como um Deus. As crianças homenageavam aquele espectáculo com danças de papagaios laranjas. Como se pudessem pendurar o sol num fio e conseguissem levá-lo a passear. Sentiam-se tímidos perante tal beleza e nunca souberam o que era noite ou dia. Viviam sempre no final da tarde. Prometi voltar e mostrar-lhes outras cidades. Passei pelo meio do sol e tudo se tornou noutra cor.
Senti-me escaldada pelo sol. Vi que estava a ficar vermelha como a cidade em que estava. Olhei a minha volta e vi pessoas com os sentimentos à flor da pele. Tinham a pele sensível e a alma também. Tudo neles eram sensibilidades. Viviam do coração. Tanto estavam irascíveis como eram as pessoas mais amorosas à face da cidade. Reinava a instabilidade e, por muito bons que alguns sentimentos fossem havia sempre um medo de que os maus voltassem de um momento para o outro.
Reparei então que em todas as cidades que estive todas elas tinham defeitos e qualidades. E, que seria bom se se conhecessem e descobrissem quem eram através das suas diferenças. Perguntei a cada cidade se poderia disponibilizar alguns momentos de convívio. Nunca foi minha ideia misturar as cidades, cada uma tem a sua beleza única. E vendo cada cor distinta mas em harmonia com as outras criou-se o arco-íris na cidade cinzenta. De vez em quando, vê-se no céu as cidades
a dançar harmoniosamente, deixando um rasto luminoso de cores, agradecendo assim a oportunidade que lhes foi dada. Ninguém fica indiferente a um arco-íris.21 fevereiro 2009
País das Cores
SONHO para a-COR-dar
Olá! Ando de cidade em cidade a contar uma história que aconteceu no local onde moro. Uma história que mudou o meu mundo. Para isso, preciso de vos contar aquilo que vi. Era um segredo da nossa cidade e depois de muito falarmos decidimos espalhá-lo pelo mundo.
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( meninas a entrarem e a andarem em fila umas a contar segredos às outras até ficarem todas juntas à parede – nos sítios)
Eu vivia na cidade sem cor, o meu mundo era todo em tons de cinzento. Os prédios eram feitos de cimento, os carros corriam e deixavam um rasto de fumo. Penso que os carros foram feitos de acordo com os nossos dias: também eles passam a correr e viram fumo. As nossas brincadeiras eram feitas com objectos de prata, bonecas de ferro, escorregões de alumínio, jornais e muito mais! O céu está sempre cinzento e eu adoro olhar para as nuvens e imaginar histórias enquanto elas fogem e mudam de forma... Adormecíamos encavalitadas de tanto cansaço, mas nem mesmo a dormir parávamos. No mundo dos sonhos brincávamos com brinquedos coloridos. Sonhávamos com cores.
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Um dia decidi prolongar o meu sonho e voar pela imaginação!!!(vvvvv vvvvv vvvvv) Voei numa folha de jornal para além das nuvens cinzentas que rodeavam a minha cidade. Lá ao longe comecei a ver flores a rodar. Pareciam cada vez mais.
Pousei numa flor violeta. E reparei numa cidade toda Violeta. As flores estavam sempre alegres e conversavam muito. Cada uma delas esforçava-se por fazer crer que era mais especial. O esforço era tanto que pareciam mais roxas de inveja do que violetas naturais. Senti que só eram bonitas e grandes para serem melhores que as do lado. Percebi que não queriam saber de si, mas preferiam olhar para as outras e confirmarem a sua beleza.
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Decidi fazer com a minha folha de jornal uma flor em 3 tempos e 3 movimentos para que elas vissem que nem todas são perfeitas, mas nem por isso menos bonitas.
Quando reparam na minha flor, ficaram boquiabertas! Juntaram-se todas e fugiram abraçadas de medo, chocadas com tamanha ousadia.
Saí daquela cidade e dois arbustos brincalhões começaram a aparecer. a minha flor de jornal pousou em cima deles e senti que estava noutra cidade. Cheirava a natureza fresca. Sentia esperança crescer em mim e vi que tudo estava pintado com esperança. Verdes eram as casas, verde era a relva, verdes eram os olhos que me fitavam. Vinham ter comigo e faziam brincadeiras de pessoas verdes.
Brincavam até que cresciam e se tornavam grandes, mas estavam sempre na infância. Tudo era pequenino. Até os frutos viviam na esperança de amadurecer, mas ficavam sempre verdes de esperança. Era o mundo da brincadeira, da primavera, da natureza a nascer.
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Reparei que nesta cidade nada se desenvolvia e, antes que a minha folha de jornal se tornasse numa folha de árvore, pus-me em cima dela, como se fosse um tapete voador e rumei até chegar ao céu. Lá ao longe vi as meninas verdes a desaparecerem aos saltos. Depois de muito voar fiquei a pairar num céu azul e limpo. Vi meninas a dançar, sempre sem parar. Eram felizes e cheias de energia. Viviam na cidade Azul. O ar era puro e fresco, como se fosse sempre manhã. Tinha de me desviar para não ser atingida por braços voadores e cabeças de crista. Tanto estavam a mergulhar como já voavam. Fechei os olhos para imaginar que nada se mexia, mas mesmo assim passavam por mim ventos e ondas azuis que me davam a sensação de movimento constante.
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As meninas azuis não sabiam descansar porque tinham medo de cair. Não havia nada onde se pudessem agarrar, nem nenhum pedaço de terra para pisar. E quando vi que estava no meio de nada e senti falta de chão comecei a cair rapidamente. Socorro!
Começaram a aparecer um monte de almofadas que apararam a minha queda. Pousaram-me com suavidade no chão e lentamente foram adormecendo.
Vi uma cidade feita de uma cor escura e profunda. Não se via nada mais do que essa cor. Chamavam-lhe cidade Índigo. Tudo lá era fofo, feito de almofadas e penas. Vivia-se num mundo de sonhos. Podia-se imaginar tudo o que se quisesse! Era uma cidade calma e sonhadora. Aproveitei para sonhar aquilo que nunca pensei sonhar.
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Depois, vi que o mundo não é feito só de sonhos e que devíamos um dia poder acordar e viver. Ver o dia, não só a noite. Realizar, não só sonhar. Sonhei que queria sair dali e que me tentavam impedir mas como só conseguiam gatinhar não me apanharam. Tentei acordar mas foi difícil abrir os olhos por causa da claridade! e só depois de ter feito um chapéu é que consegui ver para lá da luminosidade que me rodeava. Vi sorrisos e muita energia. Vi pessoas a brincarem, a correrem, a saltarem. Parecia tudo raios de sol que emanavam energia quando passavam. Era uma loucura contagiante. Parecia que tudo nos fazia mexer e ouviam-se risos por tudo e por nada. Tanto que deixaram de ter sentido e tornaram-se sorrisos amarelos.
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Todos que passavam por mim sorriam-me da melhor forma que podiam, mas eu só via bocas com dentes. Tapei a minha cara com o chapéu e aproveitei a energia para correr dali para fora.
Só quando me cansei de tanto correr e só conseguia andar é que tirei o chapéu e vi o melhor dos cenários. Meninas tímidas a guardar os seus tesouros à beira de um pôr- do-sol gigante. Quase a adormecer, o sol estava tão grande que cobria a cidade toda de um laranja fenomenal. Todos adoravam o sol, e olhavam para ele como um Deus. As crianças homenageavam aquele espectáculo com danças de papagaios laranjas. Era como se pudessem pendurar o sol num fio e conseguissem levá-lo a passear. Sentiam-se tímidas perante tal beleza e nunca souberam o que era noite ou dia. Viviam sempre no final da tarde.
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Tentei em vão dizer-lhes o que era a manhã ou estrelas. Prometi mostrar-lhes outras cidades e fui me embora. Despediram-se com os papagaios a voarem. Passei pelo meio do sol e tudo se tornou quente. Vi que estava a ficar vermelha. Olhei a minha volta e vi pessoas vermelhas com os sentimentos à flor da pele. Tinham a pele sensível e a alma também. Tudo neles era sensibilidade. Viviam do coração. Tanto estavam irascíveis como eram as pessoas mais amorosas à face da cidade. Reinava a instabilidade e, por muito bons que alguns sentimentos fossem, havia sempre um medo de que os maus voltassem de um momento para o outro.
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Reparei, então, que todas as cidades tinham defeitos e qualidades. E que seria bom se se conhecessem e descobrissem quem eram através das suas diferenças. Perguntei a cada cidade se queria conviver com as outras. Aceitaram o meu convite e, desde esse dia encontram-se e dançam todas juntas.
Por vezes, quando da cidade cinzenta se olha para o céu, vê-se um arco-íris a dançar harmoniosamente, deixando um rasto luminoso de cores. São as cidades a agradecerem a oportunidade que lhes foi dada. O sonho que eu tive despertou as cores e os movimentos que estavam esquecidos em cada um de nós. O sonho deu cor à vida e movimento à dança. Por isso, sonho para a-COR-dar.
10 fevereiro 2009
06 fevereiro 2009
Poirot: a demanda do novo ser
28 janeiro 2009
Ar
27 janeiro 2009
Dou graças ao amor e à vida. Seres grotescos e egoístas escrevo-os aqui e apago-os da minha memória. Não passam agora de palavras.
Outra questão: se tivessem dois seres vivos (um humano e um animal irracional) a morrer qual deles salvariam?
20 janeiro 2009
work
Resignação
19 janeiro 2009
Amor
10 janeiro 2009
dor
Dói descobrir que não somos especiais, que já não está lá o rapaz que me esperava de bicicleta todos os dias de manhã para me acompanhar à escola, nem o que viajava quilómetros para me ver aos fins de semana, nem aquele que mudava de autocarro só para ir comigo, nem nenhum outro. Tantas promessas me fizeram e todas elas se esfumaram com a desilusão do meu ser.
É de ficar a pensar.
Isto de exigir comportamentos numa relação torna-nos diferentes. Ou então somos diferentes e depois começamos a revelarmo-nos. Não sei se é uma mistura controversa de ilusões e máscaras. Provavelmente nunca somos quem somos quando partilhamos a vida com alguém, mas tornamo-nos um outro agradável ou não.
Eu, evidentemente, era desagradável ao ponto da saturação. Pena de mim? Acho que não. Sinto-me aliviada até! Sinto-me outra. Crescem esperanças ao ver que me torno uma só diferente. Só eu me conheço. Não me importam julgamentos externos. Lá sei quem sou.
Essa não sou. Se calhar já fui, tenho um bocado de pena...Mas remorsos? Não. Se fosse diferente ficava no primeiro namorado e não tinha conhecido o segundo, nem o terceiro, nem o quarto. Oh...Olá quinto!! Desta vez sou assim, já fui assim e aquele não gostou muito, e com aquele era ridiculamente assim!!ah!ah! mas são águas passadas. Nada de Sá Carneiro, os meus beijos não são os deles juntos, são só os meus e únicos. Experimenta! Ou não...Não gostei dessas promessas falsas...Não! Pára, já não quero...Isso não se diz...Casar comigo? Mas tu não me conheces... Amar-me! Palavras vãs. Xau quinto.
Sexto? Não sei. Olha sexto, fazemos assim, nada de promessas, nem de palavras vãs...Pois...Não sei...Sem palavras é complicado..eu sei...Mas as palavras não resultam comigo. O que faço? Alguma ajuda do futuro?!!?? Décimo?? És tu o último? És o melhor ou o que se arranja? Escolhi-te ou tudo o que veio à rede é peixe?
Sozinha eu? Olá ? Números?? pois...sozinha...talvez...
olá zero, olá. Sim, tu compreendes-me e eu compreendo-te. Vamos ser felizes!! Eu sinto desta vez é que é!! Zero à esquerda ou à direita, isso é lá comigo, ficas bem dos dois lados e sinto-me sempre bem do teu lado. És importante para mim, e podes me fazer sentir importante. É disso que eu gosto! De ser especial para alguém! Dá-me alegria ao acordar! Sem zero dói.
Anseios
Desejo manter aqueles momentos de leitura à lareira enquanto o frio me tenta tornar gélida.
Quero o meu espaço, com as minhas coisas e com o meu tempo.
Dançar é viver. Quero dar vida. É a única coisa que me dá alento.
Quero começar de novo. Estar com pessoas novas. Fugir de quem se tornou um ser que só ouve o ruído de morte que devagar rói e persiste.
30 dezembro 2008
PARIS 2008
05 dezembro 2008
Moliére
Ora, o D. João de Moliére está traduzido por Nuno Júdice e com a ajuda dos caxineiros conseguiram arranjar uma fala mais cómica para as personagens Pierrot e Carlota.
Aqui vai um excerto:
Carlota:
-"E eu num te gosto de ti?"
Pierrot:
-" Não, tu num te gostes de mim. E eu faço tudo por ti. Num resmungo quando te bou a comprare coises à loje de fazendes, molho as ceroiles quando te bou às lapes e aos mexilhõses, mando os tocadores de concertine tocare no dia dos teus anos. Era milhore dar co'a cabece na parede. Pra que bejes que num é bão nem de gente sera num se gostare de quem se goste de nós."
Carlota:
"Mas, Birge Santa, eu te gosto de ti."
15 outubro 2008
A Sombra do Vento
Hoje, no último capítulo - "Post-Mortem", verificando já que para além do ênfase dado ao destino, também há uma valorização do círculo inevitável da vida, vem uma leitora perturbar a minha leitura, requisitando um livro intitulado de : "Post-Mortem".
O livro fala para mim e diz-me: não me vais esquecer. É um facto. É o poder deste livro!!
Obrigada.