17 outubro 2006

porque é bom relembrar

desculpa Tiago, mas teve que ser. se te importares elimino, mas para já preciso de mostrar isto. Ri-me às gargalhadas. que saudades das aulas!!! tenho saudades do M.Ra!!!!Não tanto como J.V. claro...:)
frases cómicas dos nossos mentores :
"Não é grande coisa, o rei Artur..." (A.S.L.)"

Não vai ser agora, se não ainda arrancam a cadeira e dão-me com ela na cabeça..." (P. Tav.)

"A Menina e Moça não é um OVNI" (Far.)

"Vamos todos queimar as aulas" (Far.)

"os deuses têm pouco que fazer"(Far.)

"isto são coisas de quem não tem mais nada para fazer" (Far, acerca das funcionárias da secretaria)

"o prof. é um chato..." (Far, sobre si mesmo)

"é sex, mas é assim que se escreve..." (Far.)

"podem comprar... desviar, roubar os livros..." (Far.)

"a empregada eclipsou-se" (Far.)

"Vamos é falar da selecção nacional, do Ronaldo e do Cristiano..." (L. Gr)

"O sistema entra em qualquer fechadura" (L .Gr.)

"Isso não me interessa nem um átomo." (Cl. Brr.)

"Eu fui aluno do Roland Barthes" (Ar. Sar.)

"Coitadinho do leão, que não tem nenhum cristão para comer!" (criança romana, citada por F. Tp.)


"Se comerem a árvore..." (M. Ra., citando a serpente do Génesis)

"Eu agora estava a delirar..." (M. Ra.)

"É um poema quase só de versos..." (=verbos, M. Ra.)

"Depois vou-vos usar..." (M. Ra., = vou-vos mostrar como se usa)

"o alfa negativo tem carga negativa" (M. Ra.)

"uma pessoa que trabalha no correio chama-se... correio"
M. Ra.)"a nossa sociedade é mais epicurista do que estoicisma..." (M. Ra.)

"Uma obra muito famosa, sabem quais são?" (M. Ra.)

"É uma criação inventada pelos gregos" (M. Ra.)

"Foi uma irreverência muito bem pensada" (M. Ra.)

"Ando sempre a fechar as luzes" (M. Ra.)

"é muitíssimo velo" (M. Ra.)

"protuguês... petroguês..." (=português????) (M. Ra.)

"via muito-a" (M. Ra.)

"dactilorgarfar" (M. Ra.)

"Eu savia, tu savias, ele savia..." (M. Ra.)

"A Sapo já não é assim..." (=Safo; M. Ra.)

"o ta marbuta pode ser inspirado (=aspirado) na leitura" (Ab.)

"vulcães" (Ab.)

"O vosso colega perguntou uma pergunta que disse..." (Ab.)

"o árabe é uma língua semética" (Ab.)

"abertura e fechadura" (Ab.)

"Flexblidade" (Ab.)

"soltero" (Ab.)

"vocês têm tanto bagagem" (Ab.)

"traços para peões" (=passadeiras; Ab.)

aluno: "Não há nenhum contexto em que se distingam?"prof: "Sim, sim, são iguais" (Ab.)

"antecida" (=antecedida; Ab.)

"as morfemas" (Ab.)


"Escreví" (escrito assim no quadro...; Ab.)

"Recadeiras" (G. M.)

"pertinância" (G. M.)

"linga" (S. Car.)

"prótagonistas" (P. Tav.)

14 outubro 2006

Estágio

Quem me dera ter tempo para reflectir o que é o estágio. Ter tempo para dizer que sim, que o estágio requer muito trabalho, que gosto ou não do estágio. Mas em vez disso o meu pensamento recai sobre insignificações. E se as significações começam a ganhar algum contorno de concreto, a minha mente foge para um campo de ilusão.
É assim que me tenho sustentado, de sonhos, ilusões, criações. Adormeço a sonhar, acordo com outro sonho a desenvolver. Mas o meu espaço de eleição para sonhar não é enquanto durmo, mas enquanto viajo. Que sítio mais perfeito, se não numa viagem onde a imaginação pode ganhar asas. E parto do concreto, uma pessoa torna-se minha vítima, sei de onde veio, para onde vai, o que pensa, onde trabalha e a rotina do seu dia a dia. Não existem pessoas no metro que não sejam rotineiras. A começar por mim...o sonho é a rotina da minha vida neste momento.
A escrita não consegue vivenciar aquilo que me faz respirar todos os dias. Há um amor dentro do meu coração, um conforto, uma paz que me faz levantar todos os dias. Tenho transportado esse amor nos meus olhos e onde eles tocam eu apaixono-me. Apaixono-me por aquilo que não conheço e por aquilo que já conhecia. Há uma amálgama de sentimentos e pessoas dentro de mim. E com tanta confusão dentro de mim, tantas pessoas a falarem ao mesmo tempo, tantas pessoas a amarem-me de diferentes maneiras, sinto-me só. Sou a ervilha esquecida no prato, a primeira gota de indício de chuva que a ninguém tocou, o sonho de quem ninguém se lembra...
É assim o estágio. Um ano isolado, que não representa o futuro, nem o passado. Um ano de emoções únicas, nunca mais vividas. Um ano de tentativas de humilhação e superioridade. Sou a senhora doutora e a estagiária. "Caiu-me agora um braço... Olha lá vai ele a valsar,Vestido de casaca, nos salões do Vice-Rei... " e já agora porque não:


"16


Esta inconstância de mim próprio em vibração
É que me há-de transpor às zonas intermédias,
E seguirei entre cristais de inquietação,
A retinir, a ondular...
Soltas as rédeas,
Meus sonhos, leões de fogo e pasmo domados a tirar
A torre de oiro que era o capo da minha Alma,
Transviarão pelo deserto, moribundos de Luar
-E eu só me lembrarei num baloiçar de palma...
Nos oásis depois hão-de se abismar gumes,
A atmosfera há-de ser outra, noutros planos;
As rãs hão-de coaxar-me em roucos tons humanos
Vomitando a minha carne que comeram entre estrumes...
*
Há sempre um grande Arco ao fundo dos meus olhos...

A cada passo a minha alma é outra cruz,
E o meu coração gira: é uma roda de cores...
Não sei aonde vou, nem vejo o que persigo...
Já não é o meu rastro o rastro de oiro que ainda sigo...
Resvalo em pontes de gelatina e de bolores...
- Hoje a luz para mim é sempre meia-luz...
............................................................................
............................................................................
As mesas do Café endoideceram feitas ar...

Caiu-me agora um braço... Olha lá vai ele a valsar,
Vestido de casaca, nos salões do Vice-Rei...
(Subo por mim acima como por uma escada de corda,

E a minha Ânsia é um trapézio escangalhado...) "

Lisboa, Maio de 1914, Sr Mário de Sá-Carneiro



ps: é me impossível passar isto como poema, fazer paragráfos ou espaçamentos, pelo facto, as minhas desculpas.