18 novembro 2006

auto retrato

Composição: Florbela Espanca
voz: Mariza

Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.


Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!


Se eu sempre fui assim este mar morto:
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!


Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

2 comentários:

tulisses disse...

é muito bonito, não é? gosto mesmo muito da música, que me deu a conhecer melhor o soneto de florbela. a propósito dele escrevi o "soneto espancado de florbela", que basicamente é o soneto sem algumas palavras, fazendo todo um novo sentido. enfim... quando não havia mais nada para fazer nas aulas de cultura portuguesa...

Milai disse...

não sei porquê...acho que estou a ver qual o sentido...hum...nao me queres enviar para eu confirmar? fico à espera...